segunda-feira, 31 de março de 2025

MAXARANGUAPE-RN

 


Américo Vespúcio aportou no Brasil com a expedição de Gaspar de Lemos, assinalou a posse portuguesa das terras das costas do Rio Grande com um padrão de pedra, coluna fincada na atual praia do Marco, que, nos mapas antigos, designava área entre Barra de Maxaranguape e Guamaré. O Cabo de São Roque no atual município de Maxaranguape ou de Touros recebeu esse nome na expedição em 07 ou 17 (existe controvérsia entre esses dias) de agosto de 1501, dia dedicado àquele santo. Pode-se considerar o navegador florentino como primeiro cronista do litoral oriental do Rio Grande do Norte, pois descreveu a geografia da região e das características físicas e antropofágicas dos índios da nação Potiguara, esse é o primeiro relato dos índios e da antropofagia na América recém-descoberta pelos europeus. Os primeiros moradores do lugar foram os índios da nação Potiguara que habitavam a orla entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Os homens Potiguara costumavam perfurar o lábio inferior, durante a puberdade, por onde transpassavam ossos, pedras ou madeiras, ás vezes também perfuravam as faces e orelhas para o mesmo fim; pintavam várias partes do corpo com desenhos e cores diversas, a predominar o negro, do suco de jenipapo, e o vermelho, extraído do urucum; utilizavam enfeites de plumas coloridas pelo corpo e cabelos, cordões de contas naturais e braceletes. Sua disposição física, com pouca sujeição às suas doenças e defeitos físicos sempre foi visto com interesse pelos cronistas que ressaltavam a vivacidade das crianças, a formosura das mulheres e a longevidade dos homens.

Em alguns documentos do século XVI e XVII, aparecem alguns topônimos de algumas localidades que são diferentes dos atuais. Observam-se duas informações importantes no texto, são citados os Parrachos de Rio do Fogo que era rota de navios de corsário franceses que traficavam pau-brasil com os Potiguara na foz do rio.

Transcorria o ano de 1666, quando foi realizada, na ribeira Maxaranguape, a cerimônia de posse de sesmaria concedida ao governador João Fernandes Vieira, na oportunidade representado pelo Padre Leonardo Tavares de Melo, então Vigário de Natal. A sesmaria, abrangia toda área entendida como devoluta entre Ceará-Mirim e Touros.

Em 1832, às margens do rio Maxaranguape, a existência do povoado já era uma realidade, formada na maioria por pescadores e veranistas. Ao redor da Capela de Nossa Senhora da Conceição surgiam moradias simples, escola e as casas de veraneio dos senhores de engenho do vale do Ceará-Mirim. Dois fatores importantes para o crescimento do povoado foram a boa qualidade de suas terras e a pesca farta. Por causa da grande seca que se abateu no Rio Grande do Norte, nos anos de 1877 e 1879, grande número de sertanejos fugindo da estiagem deixaram suas terras de origem em busca de novos horizontes e chegaram ao vale fértil do Maxaranguape. Naqueles tempos de falta de chuvas, finalmente, encontraram o oásis procurado.

Ali se fixaram constituindo famílias, plantando sementes, colhendo frutos da terra e do mar e participando do engrandecimento da região banhada pelo rio perene que deságua no oceano atlântico, na formosa Barra de Maxaranguape. Em 17 de dezembro de 1958, através da Lei nº 2.329, o povoado desmembrou-se de Touros, tornando-se município com o nome já bem conhecido de Maxaranguape.

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

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