Américo Vespúcio aportou no Brasil com a expedição de Gaspar
de Lemos, assinalou a posse portuguesa das terras das costas do Rio Grande com
um padrão de pedra, coluna fincada na atual praia do Marco, que, nos mapas
antigos, designava área entre Barra de Maxaranguape e Guamaré. O Cabo de São
Roque no atual município de Maxaranguape ou de Touros recebeu esse nome na
expedição em 07 ou 17 (existe controvérsia entre esses dias) de agosto de 1501,
dia dedicado àquele santo. Pode-se considerar o navegador florentino como
primeiro cronista do litoral oriental do Rio Grande do Norte, pois descreveu a
geografia da região e das características físicas e antropofágicas dos índios
da nação Potiguara, esse é o primeiro relato dos índios e da antropofagia na
América recém-descoberta pelos europeus. Os primeiros moradores do lugar foram
os índios da nação Potiguara que habitavam a orla entre o Rio Grande do Norte e
a Paraíba. Os homens Potiguara costumavam perfurar o lábio inferior, durante a
puberdade, por onde transpassavam ossos, pedras ou madeiras, ás vezes também
perfuravam as faces e orelhas para o mesmo fim; pintavam várias partes do corpo
com desenhos e cores diversas, a predominar o negro, do suco de jenipapo, e o
vermelho, extraído do urucum; utilizavam enfeites de plumas coloridas pelo
corpo e cabelos, cordões de contas naturais e braceletes. Sua disposição
física, com pouca sujeição às suas doenças e defeitos físicos sempre foi visto
com interesse pelos cronistas que ressaltavam a vivacidade das crianças, a formosura
das mulheres e a longevidade dos homens.
Em alguns documentos do século XVI e XVII, aparecem alguns
topônimos de algumas localidades que são diferentes dos atuais. Observam-se
duas informações importantes no texto, são citados os Parrachos de Rio do Fogo
que era rota de navios de corsário franceses que traficavam pau-brasil com os
Potiguara na foz do rio.
Transcorria o ano de 1666, quando foi realizada, na ribeira
Maxaranguape, a cerimônia de posse de sesmaria concedida ao governador João
Fernandes Vieira, na oportunidade representado pelo Padre Leonardo Tavares de
Melo, então Vigário de Natal. A sesmaria, abrangia toda área entendida como
devoluta entre Ceará-Mirim e Touros.
Em 1832, às margens do rio Maxaranguape, a existência do
povoado já era uma realidade, formada na maioria por pescadores e veranistas.
Ao redor da Capela de Nossa Senhora da Conceição surgiam moradias simples,
escola e as casas de veraneio dos senhores de engenho do vale do Ceará-Mirim.
Dois fatores importantes para o crescimento do povoado foram a boa qualidade de
suas terras e a pesca farta. Por causa da grande seca que se abateu no Rio
Grande do Norte, nos anos de 1877 e 1879, grande número de sertanejos fugindo
da estiagem deixaram suas terras de origem em busca de novos horizontes e
chegaram ao vale fértil do Maxaranguape. Naqueles tempos de falta de chuvas,
finalmente, encontraram o oásis procurado.
Ali se fixaram constituindo famílias, plantando sementes,
colhendo frutos da terra e do mar e participando do engrandecimento da região
banhada pelo rio perene que deságua no oceano atlântico, na formosa Barra de
Maxaranguape. Em 17 de dezembro de 1958, através da Lei nº 2.329, o povoado
desmembrou-se de Touros, tornando-se município com o nome já bem conhecido de
Maxaranguape.
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
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